30.11.17

O ADEUS DE UM SENHOR

Não pode dizer-se que a carreira de Alberto Contador tenha sido uniforme. Foi brilhante, sim, mas não há como fugir a uma certa barreira que separa o antes, e o depois, da suspensão por doping.
Até ao início do Tour de 2011, El Pistolero era o melhor ciclista do mundo, com tudo o que isso significa. Ganhava quando queria, dava espectáculo, arrasava tudo. No seu melhor, era imbatível, e prometia dizimar todos os recordes.
Depois do Clembuterol as coisas mudaram. Passámos a ver um Contador mais "humano", o que em certa medida não abonou a favor de uma imagem que os fãs (onde me incluo) tinham dele, e deu razão de ser a algumas suspeitas de que as suas performances até então poderiam não ter sido imaculadas. Não mais conseguiu um único pódio no Tour de France, embora nas outras grandes voltas ainda alcançasse sucessos consideráveis (inesquecível Fuente Dé...). É verdade que apanhou Froome pela frente, mas não me recordo de ter conseguido alguma vez chegar a estar em luta directa com o britânico. Duas desistências, um quarto, um quinto e um nono lugar são os resultados do espanhol nos anos "Froome", em que Quintana e Nibali, por exemplo, acabaram por dar muito mais luta pela CG.
Porém, feito o balanço final de uma carreira de alguém que vence duas Voltas a França, duas Voltas a Itália e três Voltas a Espanha, e que dá espectáculo ao povo - como se viu na sua última corrida -, é preciso dizer que nos despedimos de uma referência na história do ciclismo mundial. E a seguir a Froome, o maior corredor por etapas deste século XXI.
Além do mais, de alguém que sempre apreciou o nosso país, participando em várias edições da Volta ao Algarve, vencendo duas edições (2009 e 2010), distribuindo autógrafos, fotos, sorrisos e simpatia.
Este o resultado de Contador em todas as grandes voltas em que participou:

1 comentário:

  1. Mesmo com essa diferença após a suspensão, a verdade é que Contador continuou a ser dos ciclistas que mais espectáculo deu nas corridas onde participou, sempre com postura atacante, sempre a arriscar, sempre inconformado. Também é verdade que os resultados não foram compensadores, mas é um ciclista que deixará muitas saudades. Julgo que com uma postura algo parecida com a do espanhol só um Fábio Aru, pelo menos em corridas por etapas.

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